Como dividir seu tempo de estudo – parte I

A organização do tempo de estudo pode ser uma das maiores armadilhas de muitos concurseiros. É muito fácil cair na onda de estudar mais aquela matéria que você mais gosta, e deixar para depois algum assunto no qual sente mais dificuldade. Muitas pessoas gastam horas resolvendo questões de raciocínio-lógico, deixando para mais tarde a leitura da Lei 8.666/93, por exemplo. Ou então viram mestres em atualidades, mas não encaram a Lei de Responsabilidade Fiscal, e por aí vai...

Por isso, muitas pessoas se decepcionam na hora da prova, pois podem até ter passado muitas horas estudando, mas não souberam tornar o estudo eficiente e equilibrado. Então, segue um guia (baseado/inspirado no livro do William Douglas, “Como Passar em Provas e Concursos”, somado com dicas e conselhos de outros professores e concurseiros) mastigado sobre como eu faço a divisão do tempo de estudo.

Primeiro, é preciso analisar quantas horas de estudo você tem por semana. Vamos analisar um meio termo, usando como exemplo alguém que tenha cerca de quatro horas por dia (não é tempo de sobra, mas também não é uma missão impossível), seis dias por semana. Isso dá um total de 24 horas de estudo.

Segundo, deve-se analisar o edital para saber quais conteúdos serão cobrados. Tomando como exemplo o edital para Técnico Judiciário (área administrativa) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), temos: Português, Redação Oficial, noções de Informática, Atualidades, noções de Arquivologia, Ética no Serviço Público e Regimento Interno, na parte de Conhecimentos Básicos; noções de Direito Constitucional, noções de Direito Administrativo, noções de Administração Geral e Pública (incluindo Gestão de Pessoas), Administração Financeira e Orçamentária e Legislação Especial, na parte de Conhecimentos Específicos. Isso dá um total de 12 matérias (sentiu o drama?), divididas em 30 questões de conhecimentos básicos, 20 de Português e 70 de conhecimentos específicos.

Nesse ponto, muita gente pensa “ok, duas horas de cada matéria por semana”. Esse é o maior erro. E esse é o passo mais importante na hora de planejar seus estudos: é preciso dividir o tempo de acordo com alguns fatores fundamentais.

Facilidade/dificuldade: digamos que você tenha muita facilidade em Informática, Atualidades e noções de Direito Constitucional. Nesse caso, deverá diminuir o tempo de estudo para essas matérias, dedicando-se mais a revisões e resumos. O tempo que você tirar desses conteúdos deverá ser colocado nas matérias em que você sente mais dificuldade.

Peso da matéria no cálculo da nota final: não pense que se matar de estudar Redação Oficial e Atualidades vai fazer você ter um desempenho excelente na prova. No exemplo utilizado, acertar um item de conhecimentos específicos ou de Português equivale a acertar dois de conhecimentos básicos. Então, dê prioridade às matérias de peso dois, dedicando mais tempo a elas, pois irão garantir muito mais pontos à sua nota final.

Nível de acerto: mesmo após montar seu horário de estudos, é preciso avaliar constantemente seu rendimento em cada matéria. Se você já está acertando 80-90% das questões de Português, por exemplo, é hora de diminuir os estudos desse conteúdo e aumentar o tempo de outra matéria. Se você acerta só 20-30% dos itens de Administração Financeira e Orçamentária, deve passar mais tempo estudando essa disciplina, pois é justamente onde você terá mais “espaço” para aumentar sua nota rapidamente.

Tendo esses fatores em vista, é hora de pôr a mão na massa e montar um quadro de horários de estudo que inclua todas as matérias, na medida certa para você.