sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Recursos – como e quando fazer



Essa é uma das partes mais estressantes em toda prova de concurso público. Por isso mesmo, algumas pessoas perdem a cabeça durante horas na frente do computador, e outras simplesmente desistem. A verdade é que a fase dos recursos é fundamental para qualquer candidato bem preparado, e é preciso seguir alguns passos para garantir que está tudo ok e para não criar estresse desnecessário – afinal, muitas vezes a própria banca já se encarrega disso!

Em primeiro lugar, veja no edital quanto tempo você terá para interpor recursos ao gabarito preliminar – ou à nota preliminar da discursiva, ou à avaliação preliminar da perícia médica etc. Geralmente, a banca examinadora dá no máximo dois ou três dias (um absurdo, diga-se de passagem). Portanto, atenção. Assim que sair o resultado preliminar, confira sua nota, veja se a banca corrigiu algo errado, se fez alguma soma errada, se você discorda de algum gabarito.

Em relação ao gabarito preliminar de provas objetivas, por exemplo, é muito comum haver fóruns de discussão na internet sobre cada concurso. Neles, você pode encontrar outras pessoas com as mesmas dúvidas, dicas de professores, recursos já elaborados. Além disso, é possível obter informações quanto a recursos nos sites de cursos preparatórios ou em blogs e redes sociais de professores – muitos analisam a prova e deixam seus comentários quanto ao cabimento de recurso. Vale a pena conferir, pois muitos já dão uma análise com um possível recurso, se for o caso.

Nessa hora, não seja “fominha”: não queira achar chifre em cabeça de cavalo, não force a barra tentando cavar pontos de qualquer lugar. Se você não tem certeza quanto ao cabimento de recurso contra determinada questão, consulte algum professor ou especialista, não saia fazendo recursos sem embasamento. Simplesmente não adianta nada.

Alguns professores costumam cobrar (às vezes bem caro!) para elaborar recursos para os candidatos, especialmente em provas discursivas. Mas, se você for encarar essa fase sozinho, aqui vão algumas dicas importantes:

Analise o tipo de erro: houve algum problema no enunciado que gerou ambiguidade? O conteúdo cobrado não consta no edital? Ou você simplesmente discorda do gabarito? Se discordar, veja se aquela questão aceita mais de uma resposta (o que ensejaria anulação), se não há nenhuma resposta correta (o que também geraria anulação) ou se o gabarito veio errado (o que geraria alteração). Peça ao examinador que analise exatamente o equívoco percebido por você, de forma objetiva e justificando seu pedido.

Seja direto: não fique bajulando a “douta banca examinadora”, o “ilustre examinador” etc. Nem fique colocando opiniões pessoais ou juízos de valor, do tipo “eu acredito que...”. Não! Diga apenas o que você quer e pronto. Por exemplo: “Pede-se à banca examinadora a anulação do item, uma vez que o termo ‘x’ gerou ambiguidade, impossibilitando a escolha de uma única resposta correta”; “pede-se à banca a alteração do gabarito de V para F, visto que, ao contrário do que diz o enunciado, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição Federal, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal expresso na Súmula Vinculante número 5”. E por aí vai... sem puxação de saco nem achismos.

Fundamente seu pedido: como no exemplo citado acima, é importante embasar seu recurso – seja em algum gramático renomado, em caso de questões de português ou de redação discursiva, seja na Constituição, seja em algum autor consagrado, em caso de outras disciplinas. Às vezes, você pode até utilizar como base entendimentos já adotados pela banca em provas anteriores. Sua argumentação objetiva e fundamentada é tudo o que basta para o examinador levar o recurso a sério e fazer uma análise do pedido.

Não copie recursos dos outros: não tem nada a ver com “direitos autorais”, mas muitas bancas simplesmente rejeitam recursos idênticos. Então, se você quer recorrer da mesma questão que o seu colega, não escreva a mesma coisa, e nem dê CTRL+C/CTRL+V no site do professor, pois isso fará com que seu recurso – e de outras pessoas – seja jogado fora. Escreva um texto diferente do que você encontrou, mesmo que tenha os mesmos argumentos.

Salve tudo: arquivos com cada recurso elaborado, gabaritos, cadernos de provas e resultados definitivos. Tudo para comprovar o seu pedido e a resposta da banca, para o caso de você precisar resolver algum problema material ou recorrer ao Judiciário.

Depois disso, relaxe. Não há mais nada que você possa fazer enquanto não sair o resultado definitivo, então vire a página e parta para outros projetos na sua vida – estudar para o próximo concurso, viajar, arranjar um emprego, o que for. E prepare seu coração: todo concurso tem suas injustiças cometidas pela banca. Questões loucas e não anuladas, gabaritos errados e não alterados, gabaritos certos e alterados, tudo pode acontecer. Às vezes valerá a pena comprar uma briga (se o conteúdo não constava no edital, ou se há mais de uma resposta correta para a questão, ou se não há nenhuma, por exemplo), mas, na maioria das vezes, resta apenas engolir seco o que tiver que ser, e torcer pra que aconteça o melhor.

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