terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Quando o edital pega você de surpresa


Você vem estudando administração de materiais há seis meses, fazendo duzentas questões de arquivologia por semana, revisando gestão de pessoas que nem um condenado, quando, de repente... Ié ié! O edital do TJDFT sai e não era nada disso que você estava imaginando!

“Já era, vou estudar pra outro concurso...”

“Mas eu não faço ideia sobre Direito Civil...”

“Não dá tempo de estudar essas matérias todas...”

Essas são as ideias que vêm à cabeça quando sai um edital diferente do que a gente esperava. E é nessas horas que a concorrência dá aquela afunilada enorme, muita gente sai debandando pra outros concursos, e os que ficarem vão encarar um nível de competitividade bem menor. Pense nisso.

É fundamental saber conciliar mais de um concurso ao mesmo tempo, e saber quando é a hora de mudar de estratégia. Se você vem estudando para concursos de nível médio da área administrativa, provavelmente sabe que as carreiras dos tribunais são muito boas em comparação a muitas outras por aí. Se você acompanhou o último concurso do TJDFT, sabe que foram chamados mais de dois mil aprovados.

Será que vale a pena jogar tudo pro alto e se dedicar a um concurso com edital tão diferente? Nessas horas, é importante questionar sua chance de ser bem sucedido: se o órgão costuma chamar centenas de pessoas, você não precisa ser mestre em Direito Civil ou Processual para ficar dentro da lista de aprovados. Se conseguir fazer pouco mais que metade dos pontos em cada uma dessas matérias diferentes, seu bom desempenho nas matérias básicas (que você já vinha estudando para outros concursos) poderá garantir uma ótima colocação.

(E quando digo ótima colocação, digo que basta ficar entre os mil primeiros para ser chamado).

Ok! Agora, a estratégia é você se dedicar 100% às matérias específicas desse edital. Largue todo o resto (supondo que você já vinha estudando as matérias básicas) e, até a data da prova, estude somente o conteúdo específico, faça muitas questões, dedique-se totalmente. É muito mais fácil partir do zero e chegar a 50-60% de aproveitamento em matérias que você nunca viu, do que ficar tentando passar de 60% a 80-90% nas matérias que você já vinha estudando. Ou seja, seu desempenho subirá consideravelmente, já que você não vai esquecer tudo só porque ficou um mês ou dois sem estudar as matérias básicas. Se achar muito drástico estudar só as específicas, faça provas completas no final de semana, sempre medindo seu desempenho.

E lembre-se: quando um edital sai completamente diferente do que você estava esperando, pode ter certeza de que todos foram pegos de surpresa, não só você. E pode ter certeza de que uma boa parte das pessoas vai dar pra trás e tentar outra coisa. Não se intimide com editais diferentes. Primeiro, analise suas chances, pesquise quantos devem ser chamados, avalie as possibilidades. Se há vários outros concursos para a área que você quer com edital aberto, talvez não seja a hora de mudar de ideia. Mas esse edital do TJDFT é um bom exemplo de que às vezes é preciso repensar sua estratégia.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A primeira aprovação


Chega dá uma adrenalina só de pensar, né? Ufa! A hora da virada, a hora de comemorar, a hora de contar pros familiares, a hora de fazer novos planos.

E sim, a hora de tomar alguns cuidados.

Em primeiro lugar, se você foi aprovado em algum concurso, merece comemorar demais, sair com os amigos, com a família, tomar uns drinks, enfim, festejar!

Depois de comemorar sua aprovação, preste atenção em alguns detalhes para evitar estresse e facilitar sua vida quando sair a nomeção.

Em primeiro lugar, se você foi aprovado, mas não dentro das vagas, cuidado: pesquise a real chance de ser nomeado, verifique o prazo de validade do concurso, ligue no setor de Recursos Humanos do órgão/entidade, fique por dentro. Se há 280 vagas para o seu cargo, você ficou em 302º e o concurso é válido por até quatro anos, seja feliz: é bem provável que seja nomeado (veja bem, eu não disse pra largar os livros)! Mas se há duas vagas, você ficou em 25º e o concurso é válido por até dois anos, mantenha-se firme nos estudos. Estar no cadastro de reserva, em regra, não significa nada enquanto não sair a nomeação.

Mas se você está dentro das vagas previstas no edital e o concurso já foi homologado, só alegria! Você tem direito à nomeação, e basta ficar de olho na data em que será convocado. Para isso, fique de olho em alguns aspectos:

É importante saber quando ocorrerá a nomeação, para já tomar providências relativas a documentos e exames médicos. Se a nomeação estiver próxima (menos de três meses), já pode começar a providenciar exames médicos, caso o próprio órgão/entidade não os realize e você tenha que agir por conta própria. Entre no site ou ligue no RH e obtenha a lista de exames necessários, para já ir agendando o que for necessário. A maioria tem prazo de validade de 90 dias.

Também é importante atentar para os documentos exigidos. Alguns exigem comprovação – por exemplo, certificado de conclusão do ensino médio –, outros demoram (e muito!) a ficar prontos, como algumas certidões criminais negativas. Inclusive, se você é de uma cidade diferente de onde tomará posse, pode ser que tenha inclusive que ir à sua cidade de origem para providenciar alguns documentos. Comece a entrar nos sites respectivos e pesquisar.

Além disso, veja se seu cartão de vacinas está atualizado, se o órgão exige alguma vacina específica. Senão, já comece a providenciar também. Vá tirando cópias de todos os seus documentos, providencie um conjunto de fotos 3x4 (lembre-se que a foto irá para o seu crachá! Não vá entregar aquela foto descabelada com cara de morto-vivo), tudo para acelerar sua posse quando sair a nomeação. Assim, se houver alguma pendência, provavelmente será algo rápido de se resolver, e você não ficará estressado à toa.

Tem gente que acha que quando sai a nomeação, é hora de tirar férias, “porque você vai ter trinta dias para tomar posse e mais quinze para entrar em exercício... vá viajar!”. Mas a realidade é que esse tempo pode acabar sendo curto se você não tomar cuidado. Sempre há uma série de coisas para providenciar, e se ficar bocejando e enrolando pode até correr o risco de perder as datas. Além do mais, se deixar para tomar posse e entrar em exercício depois, lembre-se de que as vagas existentes já vão sendo preenchidas, e isso pode reduzir suas chances de conseguir ser lotado em um lugar mais legal quando começar a trabalhar. Resumindo: pense duas vezes!

Agora o maior cuidado que você deve tomar: se esse não é o concurso que você estipulou como meta, se esse ainda não é o cargo na carreira que você deseja, não se acomode! Essa é a melhor hora pra dar um gás e se manter firme na preparação para sua meta final. Você já atingiu um nível bom de conhecimento e experiência de provas, e já sabe que SIM, é capaz de passar em concurso. Então, descanse um pouco, mas retome o mais cedo possível os estudos, porque deixar pra pegar nos livros só daqui a não-sei-quantos-meses pode ser uma armadilha – vai que você começa a achar seu salário uma gracinha, ou pega uma função e esquece o que você realmente queria!

Lembre-se do seu objetivo final e aproveite esse momento de conquista e autoconfiança pra dar uma renovada nos ânimos e se manter firme nos estudos. É muito mais fácil continuar estudando (mesmo que seja num ritmo menor) do que tentar recuperar informações daqui a um ou dois anos, quando outras leis terão sido criadas, outros conteúdos terão começado a cair em provas, outro acordo ortográfico terá entrado em vigor etc (já dá coceira só de pensar)...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Como utilizar os diferentes métodos de estudo


Assistir às aulas, ler livros, decorar artigos, explicar conteúdos, fazer resumos, resolver questões... Existem diversas maneiras de fazer um conteúdo entrar na sua cabeça, e é importante dosar/experimentar as formas de estudar. Primeiro, porque o cérebro trabalha com diversidade, então, quanto mais você varia as formas de fixar um conteúdo, mais você vai lembrar na hora da prova. Segundo, ninguém merece ficar oito horas por dia lendo a Constituição!

Além disso, também é importante que você saiba usar os métodos de estudo a seu favor, de modo que você aproveite bem o tempo disponível até o seu concurso. Então, vou sugerir algumas variações de métodos (que eu costumo usar), de acordo com a proximidade da prova / disponibilidade de tempo. E não se esqueça de ter sempre um quadro horário de estudos!

Se faltam seis meses ou mais para a sua prova, você está na frente de muita gente que vai esperar sair o edital pra correr atrás do prejuízo. Então, aproveite o tempo para ler a doutrina (os livros de constitucional/administrativo/penal/o que for cair na sua prova), grifando as partes mais importantes, resumindo capítulos. Essa é a melhor hora para ler! Estude sempre com a Constituição do seu lado, sempre lendo os artigos que forem mencionados nos livros, fazendo as anotações necessárias etc.

Aproveite também para resolver muitas questões de prova, sempre se lembrando de ir fazendo o seu “mapada mina”, conforme já expliquei um tempo atrás. Normalmente, sigo o seguinte roteiro: assisto à aula (presencial ou não), se for o caso; releio o caderno; leio o respectivo conteúdo no livro; leio os respectivos artigos na CF, se for o caso; faço um resumo do conteúdo; e resolvo questões até esgotar o assunto. Então, dá pra ver que é uma tática que leva bastante tempo (apesar de valer super a pena!). Pra quem começou a estudar com antecedência, é um caminho certo pra gabaritar muitas questões.

Também é uma boa hora para quem quer fazer cursos de teoria. Sobre isso, já falei um pouco aqui. Pode ser um curso específico, ou de matérias básicas, tudo depende do seu nível de conhecimento e da sua disponibilidade.

Se faltam de três a seis meses para a prova, é hora de ir dando mais atenção à resolução de questões e à confecção de resumos, coisas que te ajudarão a relembrar o conteúdo de forma rápida no futuro. Aqui, você vai só preparando o terreno para a reta final. É claro que, para isso, você já precisa ter ao menos noção do conteúdo, porque não adianta nada ir direto às questões e sair errando tudo (pode até ser um golpe na sua autoestima). Então, comece a dividir seu tempo de estudo com uma prioridade maior aos resumos e questões, mas ainda deixando tempo para ler conteúdos que ainda não foram aprendidos (como uma matéria que passou a ser cobrada recentemente nos concursos, ou o regimento interno do órgão no qual você quer passar).

Se falta menos de três meses para a prova, é hora de começar a entrar no ritmo de reta final: vá aumentando gradativamente a prioridade das revisões, conforme você vai “fechando” os conteúdos do edital. A ideia é que você tenha todo o conteúdo em resumos e esquemas rápidos, para ir revisando até a exaustão – até você achar ridículo recitar as competências privativas da União, ou os princípios orçamentários etc. Essa também pode ser uma boa hora para pesquisar cursos intensivos – do tipo pacotão ou de exercícios, daqueles em que você vai dar uma revisada geral no conteúdo, tirar dúvidas que ainda persistam e aprender conteúdos mais ninjas. Além disso, comece a tirar um dia por semana para fazer provas inteiras (pegue no site da banca que irá aplicar sua prova, e faça tudo como no dia da prova, contando o tempo, fazendo a redação, marcando as respostas como se fosse de verdade).

Nessa etapa, é muito bom reunir alguns colegas que estejam mais ou menos no mesmo grau de preparo para o concurso e fazer estudo em grupo. Talvez seu colega se saia melhor em direito administrativo, e você se saia melhor em gramática, enfim... Um vai tirando as dúvidas do outro. Vocês podem aproveitar para decorar conteúdos mais longos, dando “aulas” uns para os outros. Eu sugiro fazer o seguinte: separem conteúdos distintos; cada um lê um conteúdo/resumo em quinze minutos; um vai explicando, e os outros vão conferindo se tudo foi falado, se houve algum erro. É ótimo aproveitar esses momentos, e é menos cansativo. Continue utilizando esse método até as vésperas da prova.

No mês anterior à sua prova, o ideal é que você tenha feito centenas de questões de cada matéria, tenha lido o conteúdo nos livros, tenha relido seu caderno umas vinte vezes, e esteja com resumos e mapas mentais prontos pra revisar, revisar e revisar. É claro que isso é um ideal: pode ser que você tenha deixado o regimento interno do órgão para a última hora, ou aquelas resoluções pequenas e chatas sobre regulação não-sei-das-quantas. Então, continue revisando o conteúdo que você já fechou, e comece a reservar um tempo para ler diversas vezes esses conteúdos que são específicos daquela prova X.

Na semana da prova, imagino que você estará enjoado de reler tantas vezes as regras de colocação pronominal, ou as diferenças entre Windows e Linux, ou a composição do Conselho Nacional de Justiça. Sim, o método é esse. Todos esses meses de preparação e disciplina serviram pra deixar tudo pronto para que você possa retomar as matérias em dez, quinze minutos. Deixe os exercícios de lado, não tente aprender coisas novas agora. Use seus livros apenas para revisão – relendo aqueles parágrafos cheios de marcações de questões de prova. Abuse dos mapas mentais!

E comece a desacelerar (sim, parece loucura, é tentador ficar bitolando, mas seu cérebro com certeza precisa descansar). Faça uma caminhada todo dia para ir oxigenando o cérebro, reduza um pouco a carga horária de estudos, e fique tranquilo: o trabalho maior você fez durante meses, e está tudo na sua cabeça. Fritar os neurônios só vai te causar pânico na hora da prova, então deixe a cabeça respirar um pouco.

Na véspera da prova, relaxe! Se você se manteve firme na preparação até aqui, saberá a maioria dos conteúdos na ponta da língua, então mantenha o controle emocional e se dê uma recompensa por ter sido tão disciplinado por tanto tempo, vá fazer algo que te dê prazer e te deixe feliz no dia D!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Surtando na hora da prova


Eu acho que todo mundo que já fez algum concurso pra valer na vida sabe como é quando começa a bater aquele pânico de ver milhares de pessoas atravessando os portões, entrando nas salas, colocando canetas e barrinhas de cereais em cima da mesa... De ver os fiscais pra lá e pra cá conferindo as identidades, mandando você guardar seu relógio (por que, meu Deus?) e indicando seu lugar.

Aposto que só de ler isso já bateu um frio na barriga...

A questão é que é fundamental saber lidar com esse sentimento na hora da prova, porque ele pode ser o seu maior inimigo, pode botar a perder todas as centenas de questões resolvidas, as horas estudadas e as constituições revisadas. Então, vou sugerir algumas técnicas para lidar com a ansiedade – e sim, com o desespero – na hora da prova.

O controle das emoções começa muito antes da sua prova. Primeiro, é importante que você saiba dosar o lazer e o descanso ao longo da sua preparação. Pessoas excessivamente estressadas tendem a não funcionar nas horas mais importantes. Então, reserve tempo pra dormir e relaxar. Eu, pessoalmente, tenho dificuldades pra dormir, então preciso de 8 horas por noite. Menos que isso, é só uma questão de tempo até adoecer. Mas cada um tem seu ritmo e seu relógio biológico, então preste atenção ao seu corpo.

Também recomendo um momento de lazer todo dia. Você não precisa ir ao cinema toda vez, nem ficar horas na frente do computador, mas uma hora por dia de descontração pode fazer toda a diferença no seu rendimento. Nas minhas épocas mais bitoladas de estudo, engatava 10 horas por dia com a cara nos livros, mas tirava meia hora depois do almoço e meia hora antes de dormir pra assistir alguma coisa (de preferência, Friends! Heheheh). Assim, dava uma relaxada, ria um pouco e recarregava as energias.

Além disso, também é importante você exercitar seu controle emocional pra quando a ansiedade vier com tudo (principalmente na hora que entregarem seu caderno de provas). Respirar fundo e bem devagar ajuda bastante, então feche os olhos, respire fundo umas cinco vezes, lembrando que você estudou, fez sua parte e agora é hora de relaxar e pôr em prática o que você aprendeu.

Uma coisa que eu aprendi e que ajuda muito é a meditação. Claro que você não vai tentar atingir o nirvana no meio da prova, mas se o coração disparar e você começar a suar frio, dez minutos de meditação podem ser muito mais úteis do que tentar fazer tudo no desespero. Lembre que nessas horas é quando a gente sai marcando itens errados, borra na redação, dá branco, aí uma coisa vai levando à outra e a gente acaba jogando a toalha. Então, aprender a se controlar antes de tudo acontecer é o melhor que você faz.

(Alguns lugares que oferecem prática de meditação são a Sociedade Vipássana, o templo Shin Budista e o centro budista tibetano KagyüPende Gyamtso).

Ainda antes da prova, recomendo que você deixe os livros de lado na véspera do concurso e tire o dia pra relaxar o corpo e o cérebro. Vá tomar um sol, dar uma volta, assistir a um filme no cinema (daqueles pra se acabar de rir), namorar, almoçar em um lugar legal, qualquer coisa que tire seu pensamento da bitolação por umas horas. Se você ainda não aprendeu algum conteúdo que pode cair na prova amanhã, meu querido, não vai ser o sábado à noite que vai resolver a sua vida...

Você também pode recorrer à espiritualidade (vai de cada um) nos momentos de ansiedade. Rezar, pedir força, serenidade, disciplina, isso acalma muitas pessoas nas horas difíceis. Só não adianta enrolar durante três meses e achar que Deus, Buda ou Alá têm culpa se você não passar. Se você estudou “igual à sua cara” e passou, parabéns, você tá com a sorte afiada! Mas eu sou da teoria de que a sorte só encontra quem já está preparado.

Por fim, uma coisa que faço quando me bate o famoso branco é: calma, você estudou essa matéria, tá tudo dentro da sua cabeça! E apelo pro “brainstorm” (ou tempestade cerebral): se eu não lembro se direito civil é ou não matéria de competência privativa da União, começo a enumerar todas as competências privativas que me vêm à cabeça. Se não deu certo, começo a pensar nas competências concorrentes. Se não deu certo, tento lembrar se ela é rosa ou amarela (vai entender...). Se ainda não deu, penso “vou lembrar disso daqui a pouco” e sigo fazendo as questões. Nem sempre funciona, mas ao menos evita que eu entre em pânico e comece a chorar nos quinze minutos do primeiro tempo.

E ainda há muitas outras coisas que você pode fazer pra evitar surpresas na hora da prova e, consequentemente, mais nervosismo. Você tem que controlar a ansiedade antes, porque se deixar pra pensar nisso só na hora que entregarem seu caderno de prova, pode ser que você esteja num momento de insegurança, de medo dos outros candidatos, de culpa por não ter estudado mais etc., e pode ter certeza de que isso é um dos mecanismos de “seleção natural” de muitos concurseiros preparados por aí!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

E daí que você se matou de estudar?!


Quem aqui nunca passou por essa situação: você se matou de estudar, sacrificou seu feriado e seus finais de semana, decorou o art. 5º e o 37, resolveu vinte provas de português e... Não passou! Sim, é pra morrer de ódio. Vale chorar, xingar a banca, arrancar os cabelos, comer uma barra gigante de chocolate sozinho.

E tá na hora de fazer uma autoavaliação.

Com o passar do tempo, você percebe que ser aprovado em um concurso não tem relação direta com a quantidade de horas de estudo, nem com a quantidade de questões resolvidas sobre determinado assunto. “Mas p$%#$&, tem a ver com o que então?!”.

Se você chegou até aqui e sua aprovação ainda não saiu, eu sugiro que você sente e comece a refletir sobre alguns aspectos importantes – que podem estar fazendo toda a diferença nos seus resultados.

Como você está distribuindo seu tempo de estudo? Você já montou um quadro de horários? Ou continua estudando só aquilo que te dá vontade no dia? Se já montou uma grade, você tem seguido à risca? Tem feito as alterações necessárias, conforme varia seu rendimento em cada matéria? Talvez sua divisão de tempo esteja precisando de uma mudança.

Como está a qualidade do seu estudo? Você estuda concentrado? Ou, quando chega a hora de estudar, já está morto de cansaço? Talvez seja o caso de você acordar mais cedo e aproveitar o cérebro mais descansado, do que ficar até tarde tentando entender a página que você acabou de ler. O sono é fundamental pra quem estuda!

Além disso, não adianta aloprar e achar que 14 horas de estudo todo santo dia são a resposta pra vida. O cérebro tem seus limites, e você precisa reconhecer a hora de parar. Já ouvi várias histórias de pessoas que simplesmente surtaram na hora da prova (branco total, piriri, choradeira, vômitos e por aí vai...), porque não se deram o descanso necessário ao longo da preparação.

Você tem cuidado da sua saúde física e mental? Você tem dormido bem e acordado com disposição? Sua alimentação está variada e saudável? Tem comido alimentos que fazem bem à memória, à digestão? Tem feito algum exercício físico pra dar uma “ventilada” no corpo e no cérebro? Lembre-se que seu corpo precisa de descanso e de atividade física: melhora a circulação (o que é ótimo pra quem passa horas sentado estudando), aumenta a oxigenação no cérebro e, consequentemente, melhora o desempenho nos estudos. Se for preciso, faça uma caminhada ao som de alguma aula gravada – lembre-se de otimizar otempo.

E o lazer, como está? Você tem reservado um tempo por semana pra ir ao cinema, namorar, ver a família ou ir a um barzinho com os amigos? Não pense que se isolar do mundo vai resolver seus problemas nessa hora. Melhor tirar o sábado à noite pra descontrair do que passar num concurso com depressão! Agora, pode ser que você esteja caprichando demais no lazer. Chegar muito tarde no fim de semana vai comprometer seu rendimento no dia seguinte, e sair demais com certeza vai aumentar sua dose de preguiça.

E no mais, como está seu rendimento em cada matéria especificamente? Numa escala de zero a cem, qual é sua margem de acerto numa bateria de questões? Quais conteúdos você sempre erra / esquece? O que você ainda não sabe na ponta da língua e de trás pra frente? Trate de ir decorando aos poucos, sempre se lembrando de revisar o que já sabe.

Bom, deu pra ver que, basicamente, voltamos à “estaca zero” nesse ponto? Hora de repensar a escolha do concurso, o método de preparação, a divisão de tempo etc. tudo de novo. Não, não é fácil mesmo. Mas é simples. Trata-se de rever suas estratégias, identificar os pontos fracos e corrigir os erros até passar. Eu já tive que redesenhar meu quadro horário várias vezes, tive que abrir mão de alguns concursos para dar prioridade a outros, tive que reconhecer que estava estudando demais, tive que aprender a valorizar a atividade física como elemento da minha preparação... Sim, já levei muitos tapas na cara, e continuo na luta.

Resumindo, não se desespere porque a nomeação ainda não chegou. O processo é esse mesmo, e o segredo é você se avaliar sempre, abrir a cabeça para os seus erros e suas sabotagens, testar seus limites e reconhecer a hora de recuar. Se você aprender alguma coisa com seus erros a cada prova, é só uma questão de tempo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A utilidade dos mapas mentais


Uma das formas mais rápidas de recuperar/reforçar o conteúdo aprendido é por meio de resumos. E uma das formas mais eficientes de se fazer resumos é por meio de mapas mentais. Muitos já conhecem essa ferramenta, mas algumas pessoas não sabem por onde começar. Então, vou mostrar por aqui e dar uns exemplos.

Esses resumos visuais não passam de um esquema em que você tenta dispor o conteúdo por meio de imagens, cores, pequenos comentários, palavras chave etc. A ideia é que você consiga revisar determinado conteúdo em questão de cinco a dez minutos, apenas observando as imagens, palavras, setas e correlações.

É claro que, para isso, primeiro você terá que ler o conteúdo no livro/caderno algumas vezes, de modo que saiba diferenciar o que é fundamental do que é menos importante. A partir daí, você vai dispondo no papel (ou no computador) as informações principais, para depois ir ligando às informações secundárias, sejam escritas, sejam em imagens.

Isso pode levar um tempo, mas depois que estiver pronto, provavelmente você não terá que voltar mais àquela parte do seu livro ou caderno. Revisar o conteúdo disposto em um mapa mental leva pouquíssimo tempo (o que é extremamente útil nos dias mais próximos da prova) e aumenta sua capacidade de memorizar, pois é muito mais fácil se lembrar de desenhos e setinhas do que de um capítulo inteiro do livro de constitucional.

Como eu disse, você pode fazer isso tanto no papel quanto no computador. No papel, demora um pouco mais, mas você pode deixar mais personalizado, colorir mais, desenhar coisas que venham à cabeça na hora – e, particularmente, eu fixo mais quando eu mesma desenho/escrevo.

Resumo sobre Lideranças na Câmara dos Deputados: você desenha do jeito que quiser, com os tamanhos, cores, destaques etc. que você achar melhor. Demora mais, mas você vai lembrar de muito mais coisa.


No computador, as opções são mais restritas, porque você se limita aos desenhos/cores/formatos que estão disponíveis no programa utilizado. O lado bom é a rapidez com que os resumos ficam prontos. Além disso, é possível armazenar num pendrive, no celular, no iPod, enfim, dá pra levar muitos resumos pra cima e pra baixo ocupando pouco espaço. Eu costumo utilizar o aplicativo Freemind (há a versão para computador, e também já vi para celulares Android), super fácil de achar pra download, super fácil de mexer. E os arquivos ocupam pouquíssimo espaço em disco, então não será um problema fazer dezenas/centenas de resumos. 

Mapa mental de Regimento Comum do Congresso Nacional, sobre redação final e autógrafos, feito no Freemind. Dá pra mudar cores, efeitos visuais e colocar alguns desenhos.

Pra você ter uma ideia melhor de como esses mapas podem ser úteis, depois dá uma olhadinha nesse blog. Mas não se limite a copiar os resumos já feitos, faça os seus pra ver como a fixação do conteúdo será muito maior.

Dá trabalho, mas você vai agradecer a si mesmo por ter feito isso quando faltarem cinco dias pra sua prova e você conseguir retomar conteúdos que tomariam mil páginas/três semanas da sua vida!